“…a curiosidade passa pela busca do aprimoramento
da qualidade de viver e chega à fantástica capacidade de criar
novas possibilidades. Sem a curiosidade e a transgressão
não seríamos criativos.”
Eugênio Mussak
UMA PAUSA, UM OLHAR… O MOVIMENTO CURIOSO DA TRANSGRESSÃO
Começo este pensar com a palavra resiliência que para mim é um mistério, tem um poder forte, vários sentidos. Ela sempre vem a tona e em vários lugares. Algo me diz que, ali na frente, tem algo diferente, novo, desconhecido. Um lugar de buscar força para seguir, onde a curiosidade e transgressão alimentam a criatividade e então… vou. Assim significo resiliência: um lugar de buscar força para transgredir.
Isso me faz uma transgressora, olhar para além de onde estou, dos limites. Ir em busca do desconhecido, onde o movimento de transformação acontece e algo novo surge. Talvez isso que chamei de resiliência faça o meu caminhar ser algo suave, tranquilo, simplesmente vivido, seja nas dificuldades, nos amores, sabores e saberes da vida.
Nas estradas da vida é que o mundo se revela para mim na sua mais pura essência. O feito a mão, as viagens e o ser criativo são os rumos do meu caminhar. Lugares as vezes distantes que vivem muito perto do meu coração e da natureza. O que está além de onde estou é o que me chama. O que será que isso significa… que nunca estou onde estou? Então o que sou? Um ser que está buscando sempre para além. Será que o lugar que estou nunca está bom ou será que tem a ver com parar? O que significa parar?
Será que o desejo de conhecer outros lugares, novos fazeres, novas oportunidades é o que me move? Então estar em movimento é o meu estar… é neste lugar que sou? Logo, esta sou eu… um ser que habita na Terra, que está sempre em movimento, transgredindo limites e saberes… este é o viver neste mundo? E sobre o parar, sobre o chegar… é morrer? Chegamos aonde? Paramos por quê? Vamos para onde? Estão ai as perguntas sem respostas então… qual é o sentido da vida?!
Bem, penso que… viver o que a vida nos oferece, descobrir o que mais ela tem, ser uma alma livre e em movimento, amar e contemplar o que temos a nossa volta, o que nos foi dado, o que descobrimos e conquistamos em nosso caminhar. Me parece simples assim 
Chego neste lugar, aqui, presente nos movimentos, refletindo sobre a minha história, um ser em movimento, inspirado pelo feito a mão, viagens e o poder de criar, este é o lugar que estou e sim… sou. Quanto as perguntas sem respostas deixo para depois, devem fazer parte daquele lugar que está para além de onde estou e que em algum momento venha a descobrir, conhecer. Opa!! e se eu parar? Tudo bem, parei! Afinal, o que me faz sentido é o caminhar da vida… o viver, não é mesmo!!
“Do lugar de onde estou
já fui embora”
Manoel de Barros
Texto e curadoria de imagem: Ciça Costa
Ilustração: Marco Antonio Andreoni
“Vivemos tempos difíceis, mas tenho esperança”, desabafa Ray Monteiro, enquanto se acomoda em um banco de cimento do pátio da Escola Estadual Caetano de Campos, na Praça Roosevelt, em São Paulo. A educadora participou da terceira edição da Virada Educação, que aconteceu entre os dias 17 e 20 de agosto, na região central da cidade.
O evento é um projeto que tem o objetivo de provocar novas apropriações do espaço urbano em direção à construção coletiva de ambientes educadores e de forma bem lúdica. A primeira edição aconteceu em 2014, também na capital paulista. A programação conta com atividades organizadas em quatro categorias: diálogos, exibições, intervenções, trilhas e oficinas.
A Virada Educação é uma realização do Movimento Entusiasmo, um coletivo que nasceu, segundo consta no site do evento, para “provocar mudanças profundas no aprendizado das pessoas a partir da potencialização de conexões no território local”. Aficionados em provocar uma nova relação das pessoas com a educação, no livreto “Movimento Entusiasmo em Virada Educação”, os organizadores contam as histórias que os inspiraram para a realização do evento.
Dando sentido e significado para os nossos passos pelas ruas de SP
Como me sinto quando estou convivendo com a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo? Quais são os sentimentos que brotam em nosso corpo quando caminhamos por São Paulo? Qual é o significado que damos para essa relação?
Essas outras questões foram o gatilho impulsionado pelo educador Bruno Andreoni, em atividade realizada em parceria In Totum e Veio de Lá, durante a Virada Educação. A partir de uma caminhada guiada pelo quarteirão que liga as ruas Augusta e Consolação na altura do Parque Augusta, o grupo de participantes foi convidado a observar e desenvolver os sentidos, habilidades e sensações capazes de aguçar percepções, olhares e entendimentos sobre o lugar onde vivemos e nos relacionamos.
A atividade começou com uma apresentação dos participantes seguida de orientação para a trilha. Ao longo de todo percurso, Bruno instigou o grupo com perguntas provocadoras e algumas atividades de observação territorial, estes, por sua vez, registraram tudo em folhas de papel cuidadosamente recortadas e preparadas para a atividade. De diferentes formas – escrita, desenho, auto-relevo – cada um foi preenchendo os espaços em branco daquilo se, depois, se transformaria em um pequeno caderno.
No final da caminhada, mais um presente, o grupo aprendeu a confeccionar seu próprio caderno simplesmente juntando as folhas, uma capa mais dura e um pedaço de barbante.
Para Simone Paes, que trabalhou por muitos anos no mercado corporativo e hoje encontra-se em uma fase de transição de carreira e, como ela mesma disse, de ‘desconstrução’, a experiência foi muito significativa. “Prestar atenção naquilo que parece comum é algo muito forte. Observei um cadeado e, durante o percurso, fui percebendo que eu queria sair dessa prisão”, disse. Já, para a jornalista Erica Teruel, de 28 anos, a relação da cidade com a natureza foi o que marcou sua experiência: “as pessoas não se preocupam em preservar o que temos no dia-a-dia, mas reclamam quando veem algo errado”.
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