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25/05/2017 | Por: In Totum
O ano de 2017 começou e com ele a Revolução Artesanal foi chegando ao mundo. Ao lado de Bruno, Samuel e Janaína a iniciativa começou a tomar corpo até que no mês de fevereiro entrou no ar, oficialmente.
O desejo de colocar este projeto no mundo diz de incentivar e valorizar a capacidade do fazer artesanal, um movimento que estimule o feito a mão, não somente pelo lado do fazer e ter um produto, mas também explorar a relação do ser que se forma ao realizar algo com as próprias mãos e imprimir assim a sua autoria, tudo isso com um olhar cuidadoso sobre o processo.
O artesanal nos permite fazer pequenas coisas, nos dando o sentido de realização e de pertencimento. Dançando entre o perfeito e o imperfeito, o objeto final passa a fazer parte de nossa história, com um significado único e especial. É o feito a mão como caminho de desenvolvimento e “ser” humano.
Nas semanas seguintes seguimos planejando o que seria o Festival do Fazer, literalmente, um convite para colocar a mão na massa, em oficinas de diferentes práticas artesanais. Convidamos artistas, artesãos e fazedores que amam o feito à mão e que buscam no seu fazer o seu viver e que preparam incríveis oficinas, um convite real à experimentação, a criatividade e a descoberta em seus fazeres artesanais.
A cada conversa inspiradora e a cada convite aceito, nos enchíamos de coragem e animação para seguirmos com a nossa Revolução Artesanal e acreditando neste mundo que construímos com as nossas mãos e o nosso fazer.
Neste percurso se juntaram a nos a Noetá e a Fazenda Serrinha nos apoiando e disponibilizando seus espaços para receber oficinas e a imersão.
Preparamos o site, facebook e instagram e lançamos a agenda oficial do evento. Hora de divulgar e preparar o estúdio In Totum para receber o Festival.
Abril chegou e com ele o início do Festival. Durante 7 dias, os participantes navegaram por várias oficinas, onde tiveram a oportunidade de experimentar o universo do feito à mão com diversos materiais e ferramentas se descobrindo fazedores de suas peças, um momento de se perceber e de dar forma à um objeto conforme a proposta de cada oficina.
Na marcenaria, das madeiras de um palete construímos um banco. De um bloco de argila um pote se fez. Dos cadernos inspirados por uma palavra nasceu o seu caderno de vida. Na xilogravura escavamos a luz para imprimir no papel a imagem que nos diz deste brilho. Ao fazer a feltragem olhamos para os seres encantados que habitam dentro de nós e nos teares, tecemos fios e conversas coloridas com os pontos que aprendemos.
Descobrimos quanto saudável é criar e produzir nossas granolas assim como preparar um jantar vivo feito com o calor de nossas mãos que nos mostrou o quanto é gostoso fazer com as pessoas e de saboreá-lo em uma grande mesa, na companhia de boas conversas.
Ao lado da natureza, mesmo que em pequenos espaços, mexemos com a terra e de uma caixa de madeira fizemos uma pequena horta. Cuidando de nossa pele, misturamos, milimetricamente, manteiga de murumuru com óleo vegetal e essências e criamos nossos cosméticos naturais e ainda de uma peça de roupa que não usávamos mais, criamos uma nova vestimenta para desfilar na vida. Momentos simplesmente lindos de serem vividos.
A cada oficina o Estúdio se transformava em um novo espaço para receber o que dali surgisse, o que dali as pessoas o fizessem ser. Um pequeno espaço para cada um ser. “Um espaço de dar forma à forma, de criar, de se permitir e se deixar formar a partir do que se acredita e o que se quer colocar no mundo.”
… e assim dizemos sobre o que a In Totum é no mundo: um espaço que estimula e provoca a consciência sobre si; sobre o todo; sobre o todo que todos veem; sobre as relações; sobre o sentido de mundo. Para que cada um seja autor junto com todos os autores.
Saímos com a pergunta “o que o fazer significa no mundo de hoje?”. O fazer que nos revela e nos ajuda a perceber e a construir nós mesmos, que nos organiza e nos reconecta de forma orgânica com a vida. Um lugar onde parece que algo desliga e nos liga em outro. Não estamos procurando a resposta, desejamos sim construir pontes, criar espaços, para o fluir do eu, de você, de nós, fazendo juntos a mágica do que acontecer naquele lugar.
#PorUmMundoFeitoAMão, um mundo feito por você!
Obrigada Daniela Cerdan, Priscilla Quedas, Marcela Zingerevitz, Marcia Rezende, Ana Cris, Paola Marinoni, Julia Melo, Rodrigo Gutierres, Luciana Galdi, Fabi Toyama, Juliana Cortez, Cuca Luccas, Lika Kotzent, Nilzeth Gusmão, João Castro, Sebastien Engelmann, Anna Candelária, Bruna Castro, Bruno Helvécio, Fernando Tocha, Flavio Capi, Helena Gomes, Itamar Pereira, Kazuyo Yamada, Luiza Morandin, Marco Andreoni, Nádia Rezende, Nayara Coutinho, Olga Colen, Paula Colen, Paula Dib, Rita Taraborelli, Tiago Liu, Yara Lazar, Michelle Prazeres, Marcelo Delduque, Ana Biglione, Carla Cabrera, Tuca Porto, à equipe incubadora desta ideia Bruno Andreoni, Samuel Protetti, Janaina Carvalho e aos pequenos Gael, Maya e Marina. Juntos fizemos esta Revolução Artesanal acontecer.
Texto e Curadoria de Imagens: Ciça Costa