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22/09/2016 | Por: In Totum
“…a curiosidade passa pela busca do aprimoramento
da qualidade de viver e chega à fantástica capacidade de criar
novas possibilidades. Sem a curiosidade e a transgressão
não seríamos criativos.”
Eugênio MussakUMA PAUSA, UM OLHAR… O MOVIMENTO CURIOSO DA TRANSGRESSÃO
Começo este pensar com a palavra resiliência que para mim é um mistério, tem um poder forte, vários sentidos. Ela sempre vem a tona e em vários lugares. Algo me diz que, ali na frente, tem algo diferente, novo, desconhecido. Um lugar de buscar força para seguir, onde a curiosidade e transgressão alimentam a criatividade e então… vou. Assim significo resiliência: um lugar de buscar força para transgredir.
Isso me faz uma transgressora, olhar para além de onde estou, dos limites. Ir em busca do desconhecido, onde o movimento de transformação acontece e algo novo surge. Talvez isso que chamei de resiliência faça o meu caminhar ser algo suave, tranquilo, simplesmente vivido, seja nas dificuldades, nos amores, sabores e saberes da vida.
Nas estradas da vida é que o mundo se revela para mim na sua mais pura essência. O feito a mão, as viagens e o ser criativo são os rumos do meu caminhar. Lugares as vezes distantes que vivem muito perto do meu coração e da natureza. O que está além de onde estou é o que me chama. O que será que isso significa… que nunca estou onde estou? Então o que sou? Um ser que está buscando sempre para além. Será que o lugar que estou nunca está bom ou será que tem a ver com parar? O que significa parar?
Será que o desejo de conhecer outros lugares, novos fazeres, novas oportunidades é o que me move? Então estar em movimento é o meu estar… é neste lugar que sou? Logo, esta sou eu… um ser que habita na Terra, que está sempre em movimento, transgredindo limites e saberes… este é o viver neste mundo? E sobre o parar, sobre o chegar… é morrer? Chegamos aonde? Paramos por quê? Vamos para onde? Estão ai as perguntas sem respostas então… qual é o sentido da vida?!
Bem, penso que… viver o que a vida nos oferece, descobrir o que mais ela tem, ser uma alma livre e em movimento, amar e contemplar o que temos a nossa volta, o que nos foi dado, o que descobrimos e conquistamos em nosso caminhar. Me parece simples assim
Chego neste lugar, aqui, presente nos movimentos, refletindo sobre a minha história, um ser em movimento, inspirado pelo feito a mão, viagens e o poder de criar, este é o lugar que estou e sim… sou. Quanto as perguntas sem respostas deixo para depois, devem fazer parte daquele lugar que está para além de onde estou e que em algum momento venha a descobrir, conhecer. Opa!! e se eu parar? Tudo bem, parei! Afinal, o que me faz sentido é o caminhar da vida… o viver, não é mesmo!!
“Do lugar de onde estou
já fui embora”
Manoel de Barros
Texto e curadoria de imagem: Ciça Costa
Ilustração: Marco Antonio Andreoni